Armas nucleares
Armas cujo efeito destruidor é baseado na
radioatividade, propriedade de certos elementos químicos de emitir partículas
ou radiação eletromagnética como resultado da instabilidade de seus núcleos. O
que torna essas armas especiais é a enorme concentração de energia em pequenos
volumes, que pode ser liberada com efeitos devastadores. Para medir a
capacidade de uma arma nuclear são usados os termos "quiloton" e
"megaton". Um quiloton equivale à explosão de 1.000 t de TNT (nitroglicerina);
1 megaton equivale a 1.000.000 t.
As armas nucleares são de dois tipos básicos: a bomba
atômica ou a bomba de hidrogênio (bomba H). A bomba atômica baseia-se na fissão
de núcleos atômicos, processo que consiste em "quebrar" núcleos de
átomos pesados e instáveis, como o urânio-235, lançando contra eles partículas
atômicas chamadas de nêutrons. Já a bomba H se fundamenta na fusão de núcleos
de átomos leves, como o hidrogênio. Para obter a fusão, ou seja, a união dos
núcleos dos átomos, é necessária uma quantidade muito grande de energia, que é
obtida pela explosão de uma bomba atômica. O resultado é uma bomba mais
poderosa.
Variação da bomba de hidrogênio, a bomba de nêutrons,
também baseada na fusão de átomos, privilegia a emissão de radiação por meio de
nêutrons rápidos e letais.
As bombas nucleares - ou ogivas nucleares - são
arremessadas do ar por aviões tripulados, na forma de bombas de queda livre,
mísseis de curto alcance ou mísseis de cruzeiro. Em caso de lançamentos a
partir da terra usam-se mísseis balísticos ICBM, IRBM e MRBM e a partir de
submarinos, mísseis balísticos SLBM.
Projeto Manhattan -A primeira bomba atômica é testada
em 16 de julho de 1945 com uma explosão no deserto de Sonora, no estado do Novo
México, EUA. Para construir a nova arma antes dos alemães, durante a II Guerra
Mundial, o governo norte-americano monta um programa altamente secreto, o
Projeto Manhattan. Muitos dos principais físicos dos países aliados envolvidos
no projeto passaram a morar e a trabalhar, isolados do resto do mundo, em Los
Alamos, Novo México, chefiados pelo físico norte-americano Julius Robert
Oppenheimer (1904-1967).
Hiroshima e Nagasaki -As duas únicas armas nucleares
usadas em guerra até hoje foram lançadas contra o Japão pela Força Aérea
Norte-Americana. Em 6 de agosto de 1945, durante a II Guerra Mundial, uma bomba
explodiu em Hiroshima: numa área de 12 km² houve 150 mil vítimas, entre as
quais 80 mil mortos. Em 9 de agosto, em Nagasaki, explodiu a segunda bomba.
Elas fizeram dezenas de milhares de mortos imediatamente e ao longo dos anos
seguintes. Em poucos segundos, 36.000 quilotons destruíram duas cidades
japonesas.
Arsenais atuais - Até o início de 1998, existem no
mundo cinco potências nucleares declaradas - EUA, Federação Russa, Reino Unido,
França e China. Os maiores arsenais - tanto de ogivas, como de mísseis e de
submarinos nucleares armados com mísseis balísticos - pertencem aos EUA e à
Federação Russa, uma herança do longo período de Guerra Fria. Esses países
também lideram em número de testes nucleares já realizados.
Desarmamento-O Tratado de Não-Proliferação de Armas
Nucleares (NPT) é criado em 1968, com o objetivo de deter a propagação de armas
nucleares pelo mundo. Em vigor desde 1970, o NPT proíbe as cinco potências
declaradas de transferir armas nucleares a países não detentores desses
artefatos. Essas nações, por sua vez, se comprometem a não adquirir armas
nucleares nem fabricá-las. Atualmente o tratado conta com a adesão de mais de
180 países, incluindo o Brasil, que ratifica o tratado em julho de 1998. Alguns
países-membros do NPT são suspeitos de prosseguir desenvolvendo armas
nucleares: Irã, Iraque, Líbia e Coréia do Norte.
Entre os países que não aderiram ao NPT se destacam
Israel e os rivais Índia e Paquistão. O governo indiano justifica sua posição
afirmando que o NPT é "discriminatório", uma vez que legitima os
arsenais nucleares já existentes - sem exigir seu desarmamento - ao mesmo tempo
que nega aos demais países o direito de possuir armas nucleares. Índia e
Paquistão realizam uma série de testes nucleares subterrâneos em maio de 1998,
reprovados com veemência pela comunidade internacional. Com as explosões -
cinco da Índia e seis do Paquistão -, as duas nações passam a integrar o grupo
das potências nucleares declaradas do mundo.
A corrida armamentista entre as duas superpotências de
Guerra Fria termina de fato com a assinatura dos Tratados de Redução de Armas
Estratégicas (Start), na década de 90. Eles prevêem a extinção gradual dos
arsenais dos EUA e de países integrantes da ex- URSS que detinham essas armas
em seu território (Federação Russa, Ucrânia, Belarus e Cazaquistão). Outro
tratado relacionado às armas nucleares, o Tratado para a Proibição Completa dos
Testes Nucleares (CTBT), é criado em 1996. Para entrar em vigor, precisa da ratificação
de todos os 44 países com capacidade conhecida de produzir armas nucleares. Até
o final de 1997, os únicos entre esses países que não haviam assinado o CTBT
eram Índia, Paquistão e Coréia do Norte.